Maraisa Machado

O (re) acostumar-se à desimportância

Mariana Colsanti escreveu, em 1996, que a gente se acostuma ao número de mortos e a desconexão com o ambiente. E adverte: não devíamos! Concordo com ela, a vida que levamos nos afasta do que nos cerca. Pois, estas coisas são desimportantes, não há benefício individual e direto nisso. Por vezes a conexão nos causa inclusive uma pontada de… desgosto, ou seria frustração, talvez fúria? Quem sabe tudo isso?

Assim, como Manoel Barros, dou respeito aos desperdícios. Sei que meu quintal não é maior que o mundo, entretanto gostaria de compartilhar quem passa por ele, desvendar as relações entre esses seres, onde eu me encaixo nesta estrutura? O que me cerca que é próprio de onde vivo e não conheço? Esta pandemia ao me deixar em casa constantemente tem me feito olhar e não só ver estes seres desimportantes. E, com isso, gostaria de mostrar o que me cerca aos demais. Quem sabe eles se (re)acostumam a olhar para sua janela também.

Ilustrações feitas em Papel Canson A4 com Aquarela, acompanhadas de um texto de apoio escrito à mão também em Papel Canson (Maraísa Machado Maia).

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